Bóra Pescar apresenta: tucunaré

A partir de hoje você contará com mais uma novidade que só encontrará aqui, no Bóra Pescar.

Começaremos a publicar, sempre às segundas-feiras, um artigo único e exclusivo sobre algum peixe brasileiro. Ou melhor, sobre algum peixe que possa ser pescado em nossas águas.

E pra começar com o pé direito o primeiro peixe a ser descrito será o famigerado TUCUNARÉ:

tucunare

Por quê ele? Porque o tucunaré é o símbolo da pesca esportiva do Brasil para o mundo. Pois é. Muitos “gringos” vem ao Brasil atrás da emoção que a pesca desse peixe proporciona. Você já deve ter ouvido falar da agressividade dos tucunarés, mas hoje você saberá mais sobre ele do que apenas isso.

Muito bem. Vamos começar:

Os tucunarés são peixes de escama. Possuem o corpo alongado e ligeiramente comprimido lateralmente. Até onde verificamos há 15 (quinze) espécies cientificamente identificadas, estudadas e descritas. Entretanto, com o tempo pode ser que essa lista aumente. Afinal, cada dia que se passa novas espécies de peixes são descobertas.

Os tucunarés são nativos da bacia amazônica e do Tocantins-Araguaia, mas já foram introduzidos em todas as demais regiões. Hoje em dia há tucunarés até nos USA, inclusive em lagos de condomínios fechados. Contudo, lá na terra do Tio Sam eles são chamados de peacock bass.

Ocorre, contudo, que a introdução do tucunaré em outras regiões foi, em nossa opinião e também na visão de diversos outros profissionais do ramo, um erro crasso. Inicialmente acreditavam (por falta de informações e preparo) que ele seria uma forma de controlar a propagação de outras espécies.

Porém, depois que a introdução do peixe foi realizada os responsáveis perceberam que o tucunaré pode estar causando o desaparecimento de espécies nativas, tamanho o apetite do peixe e sua natureza predadora. Por outro lado, a inserção dos tucunarés em outras regiões tornou a pesca esportiva dele uma forma de atrair turistas, gerar empregos e renda. Como você pode ver, há os prós, mas também há os contras…

A coloração e o tamanho dos tucunarés variam de acordo com a espécie, de maneira que podem ser encontrados espécimes com 20 (vinte) centímetros até 01 (um) metro de comprimento. O corpo pode variar de amarelo para cinza, avermelhado, azulado até quase preto. As manchas podem ser grandes, pequenas, pretas e verticais, com pintas ou sem pintas, regulares ou aleatórias, dependendo da espécie, período reprodutivo e tipo de água, mas todas as espécies têm uma grande mancha na cauda:

tucunare

A identificação da espécie capturada realmente não é fácil e requer bastante conhecimento, principalmente quando o peixe pescado tem o corpo recoberto por pintas. O tucunaré-açu (Cichla temensis), por exemplo, quando está fora do período reprodutivo tem o corpo recoberto por pintas brancas distribuídas simetricamente em linhas paralelas; já os tucunarés de outras espécies normalmente apresentam essas pintas distribuídas de forma aleatória.

Os tucunarés gostam de águas paradas, como lagoas e ressacas de rios, mas também podem ser encontrados em locais com água corrente e pedras.

São carnívoros e extremamente agressivos. Alimentam-se principalmente de peixes, mas também comem insetos, crustáceos e até mesmo pequenos répteis e anfíbios. Preferem se alimentar de dia e caçar em cardumes quando não estão no período reprodutivo.

Por falar em período reprodutivo, nessa época isolam-se em casais e buscam áreas rasas, com fundo de areia ou protegidos por troncos e outras estruturas, onde fazem seus ninhos e cuidam de seus ovos e posteriormente dos filhotes também. Em tal período os machos ficam mais coloridos e apresentam uma protuberância em cima da cabeça, chamada coloquialmente de “cupim”:

tucunare

O casal é territorialista e ataca qualquer coisa que invadir seu território. Os filhotes de tucunarés ficam junto aos pais até os dois meses de vida aproximadamente (quando estão com cerca de 06 centímetros) e após isso se juntam a outros peixes do mesmo tamanho e formam grandes cardumes.

Como existem muitas espécies de tucunarés nosso artigo ficará por aqui, mas no futuro detalharemos cada uma das espécies que podem ser pescadas no Brasil, com dicas de pesca e muito mais.

Esperamos que tenha gostado!

Um grade abraço e Bóra Pescar!!!

Texto: Marcelo Paste