Robalo ou camurim

robalo

Robalo, também conhecido por camurim em algumas regiões, é um peixe simplesmente fantástico. Não conheço um pescador sequer que não goste de pescá-lo. Alguns gostam tanto que se especializaram na sua captura, como é o caso do Guia de Pesca Lambari.

A batida dele na isca é violenta e costuma dar arrancadas de tirar linha do molinete ou da carretilha. Se o exemplar for grande então, o coração vem até a boca e a adrenalina vai à mil! Só quem já pegou um bitelo sabe como é.

Pode ser capturado tanto na praia, com os pés na areia, como também em pescarias embarcadas. É encontrado na água salobra, em manguezais e até mesmo em rios.

Muito apreciado na culinária, por sua carne branquinha e firme, é considerado uma das espécies com carne de primeira qualidade. Estão enquadrados nessa categoria, além do robalo, o linguado, o badejo e outros peixes nobres. Pode ser degustado assado, frito (em filés ou em postas), em moquecas e até mesmo cru, em sushis e sashimis.

Como você pode perceber, trata-se de um peixe com múltiplas aplicações na cozinha. Isso lhe rendeu, infelizmente, um valor sobrenatural na pesca, tanto amadora quanto comercial. Isso fez com que pescadores profissionais e amadores saíssem a sua caça de maneira indiscriminada e predatória. Felizmente tal prática já tem diminuído um pouco graças aos trabalhos de conscientização dos pescadores e respeito aos tamanhos mínimos de captura e abate.

O maior de todos é o robalo-flecha, que pode ser visto na foto abaixo, cedida pelo pescador e guia de pesca Ricardo Rabello:

robalo

Características do robalo flecha (Centropomus undecimalis): é o de corpo mais alongado, com a testa quase reta e o único com a linha lateral bem negra ao longo do corpo. Alcança mais de 1,4m de comprimento e 24kg de peso. O recorde mundial é de 24,320kg, um exemplar capturado na Costa Rica em 1978.

Em seguida vem o robalo peva (ou peba):

robalos

Características do robalo peva ou peba (Centropomus parallelus): tem corpo mais alto que o do flecha e a testa meio côncava. Sua linha lateral é escura, meio acinzentada/dourada, mas não negra. Chega a 70cm de comprimento e 5 kg de peso. O recorde mundial registrado pela IGFA é de 4,960kg, aqui do Brasil mesmo, batido no Rio Grande do Sul em 2005, no Rio Mampituba.

Por último, porém não menos importantes, vêm o robalo ticopá, o corcunda e o sovela. São menos comuns em nossas águas e mais difíceis de serem identificados, mas todos com o mesmo “jeitão”, comportamento e habitat.

Os robalos vivem em rios costeiros, mangues, praias, costões rochosos, estuários e mesmo em recifes de corais (só os flechas), da superfície até os 20 metros de profundidade. Se alimentam de peixes, crustáceos, moluscos, insetos, vermes e o que mais passar em sua frente. Gostam muito dos movimentos das marés, tanto de enchente como de vazante, pois nestas o fundo é remexido e peixinhos e outros bichos ficam expostos. Inclusive a forma como se alimenta é um tanto peculiar…

São tão vorazes, mas tão vorazes, que praticamente não mordem suas presas, mas sim as engolem por inteiro:

Todo esse apetite justifica a forma como atacam nossas iscas, inclusive as iscas artificiais, principalmente quando trabalhadas na superfície, cuja “roda” de água se abrindo no momento do ataque é espetáculo que fica registrado na memória do pescador.

Não gostam de água fria e se a temperatura desta cair para menos de 18 graus procuram águas mais quentes ou então ficam letárgicos. Isso explica porque as vezes o dia está lindo, um Sol de rachar, sem vento, água limpa e mesmo assim nada de ação na pescaria.

Embora existam outras fatores que possam explicar a falta de ataques, procure observar sempre se a água está muito gelada. Se estiver, pode apostar: os robalos ou migraram para águas mais quentes ou estão vendo a isca passar e não querem sair do lugar. Acontece.

E aí? Gostou da matéria? Então acompanhe o blog e Bóra Pescar!!!

Texto: Marcelo Paste
Fotos: Marcelo Paste e Ricardo Rabello